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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Mais um vexame com as cores da Seleção Brasileira!




Quanto riso, ó quanta alegria!
Mais una palhaçada, um vexame usando as cores do Brasil!

Quanta alegria pela foto com a Esbanja não?Confirma a falência moral do futebol brasileiro depois do fracasso do ativista sem cérebro e comunista, como chamava mesmo?
AntipaTite, HepaTite, PeTite?
Seleção brasileira também não é lugar de política ou ativismos de bandeiras onde cada um expõe suas preferências ou escolhas sexuais!
Toca pra frente.
Enquanto isso as mulheres da Jamaica onde nenhuma ganha os salários iguais aos das brasileiras, fizeram vakinha para irem a esta copa cata moedas, que só dá lucros para os malandros da CBF e da Fifa a exemplos dos milhões de dólares que nos levaram em 2014.
Confirma a falência moral do futebol brasileiro depois do fracasso do ativista sem cérebro e comunista, como chamava mesmo?
AntipaTite, HepaTite, PeTite?
Seleção brasileira também não é lugar de política ou ativismos de bandeiras onde cada um expõe suas preferências ou escolhas sexuais!
Toca pra frente.

Vergonhoso e já vão tarde!




sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Sem comparações por favor, e após mais um vexame, ou dois, ou três…





Nunca passou só de interesse financeiro muita marra, cabelinhos coloridos com chuteiras idem e dancinhas!
Conseguiram eles com poucas exceções, e seu treinador esquerdista doentio, verdadeiro militonto, sem ética profissional, sem caráter a ponto de virar as costas para os seus jogadores após a derrota e sair sem sequer acenar em solidariedade aos brasileiros que torciam,  acabar com qualquer paixão pelo futebol desse país….
Já vão tarde Senhor IncompetenTite,  AntipaTite, MilitanTite, HepaTite,  PeTite  e sua equipe de  mercenarios!
Estava escrito na cara de enganador, tapeador e nas falácias deste enganador que jamais ganharíamos uma Copa do Mundo sequer, debaixo de sua tutela altamente carregada de forças negativas!
E sem comparações por favor!
Relembre aqui a nossa grandiosa “Seleção Brasileira de verdade”!





E de quebra, o maior time que os brasileiros já viram jogar, o único que tinha um Rei no elenco!




 E o Romário tinha razão e avisou bem antes:


“ Ele não sabe armar um time”!
Olha no que deu!
Então? O cara foi profeta!
AntipaTite, PicareTite, HepaTite  nunca mais!
Sumam com este💩💩💩💩💩
Este papelão de sem caráter nunca mais!

sexta-feira, 6 de julho de 2018

O FIM DA COPA NA RÚSSIA PARA O BRASIL! CANARIO BELGA CHUTOU O TRASEIRO DO CANARINHO PISTOLA! ATÉ 2022!

CANÁRIO BELGA BOTOU O PISTOLA NO SACO E O MANDOU DE VOLTA!SEM COMENTÁRIOS...

MAS O NEYMAR E SUA TURMA CONTINUAM GANHANDO MILHÕES.
E VOCÊ AÍ, VOLTE AO TRABALHO!

sábado, 9 de junho de 2018

COPAS E TRAGEDIAS: ARNALDO CÉSAR COELHO RELEMBRA A 'TRAGÉDIA DO SARRIÁ' NA ESPANHA EM 1982

COPAS E TRAGEDIAS:
ARNALDO CÉSAR COELHO RELEMBRA A 'TRAGÉDIA DO SARRIÁ' NA ESPANHA EM 1982
 
O craque italiano Paolo Rossi e Arnaldo Cezar Coelho na final vencida pela squadra azzurra contra a Alemanha por 3 a 1 (Foto: MARK LEECH/OFFSIDE/GETTYIMAGES)

 Eu tinha ido para a Copa de 1978, na Argentina, e para um Mundial Sub-20 em 1981, na Austrália. Isso me credenciou à Copa do Mundo de 1982. Havia 41 árbitros que apitavam e bandeiravam. Naquela época era assim. Fazíamos as duas coisas. Quando veio a escala com os nomes dos árbitros da primeira fase, o meu não estava lá. Trinta e três juízes foram chamados, mas eu não fui. Fui escolhido só para ser bandeirinha. Lembro que fiquei meio decepcionado, aí um senhor da Fifa veio e me disse: “Arnaldo, você já é conhecido, você vai ser preservado para a segunda fase”. Fui dar uma entrevista numa rádio, e um comentarista falou que “preservado” era um nome feio, parecia “preservativo”. Fiquei mal. “Será que não vou apitar nesta Copa?”
Na segunda fase, me escalaram para apitar um jogo entre Alemanha e Inglaterra em Madri. Era uma partida de dois campeões do mundo. E, nesse jogo, lá no estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, fui muito bem. Foi zero a zero, não teve cartão amarelo. Acabou o jogo, e o Karl-Heinz Rummenigge, atacante da Alemanha, veio me cumprimentar e tudo mais. A televisão até o mostrou me cumprimentando, e isso impressionou muito os caras da Fifa.
Eu achava que seria turista dali em diante. A Seleção Brasileira ganhava todas, e todos nós tínhamos certeza de que ela jogaria a final. Eu, brasileiro, não poderia apitar. Então parei de fazer meu preparo físico lá no centro de treinamento do Real Madrid. O Brasil vai chegar à final, já apitei meu jogo, então não vou apitar mais, pensei. Naquelas manhãs ia jogar tênis com o Armando Nogueira, que era diretor da TV Globo. Parei de me exercitar com o António Garrido, árbitro português que sempre fazia as corridas comigo e que entendeu minha situação.
Quando o Brasil perdeu para a Itália na segunda fase, voltei a fazer minha educação física. Logo que me viu, o Garrido falou: “Ué, voltou?”. “Voltei! Agora sou neutro que nem você!” O Brasil estava fora, Portugal também. O Garrido achava que podia apitar a final, e havia alguns juízes na mesma situação. De três lembro de nome. Além do Garrido, havia o Abraham Klein, de Israel, e o Károly Palotai, da Hungria, um ex-jogador. Eram juízes de 49 anos que todo mundo dizia que apitariam a final da Copa de 1982, porque era o último ano deles. Naquela época, juiz só apitava até os 50 anos de idade.
Eu tinha um assunto particular, que era o seguinte: quando apitei meu jogo e o Brasil começou a ganhar tudo, encontrei o então presidente da Fifa, João Havelange, e lhe fiz um pedido. Era um jantar de uma solenidade. “Posso lhe pedir uma coisa que não é permitida?” Ele respondeu: “O que é?”. “Não é permitido que esposas viajem com os juízes para a Copa do Mundo, mas, já que o Brasil vai jogar a final e vou virar turista, o senhor permite que a Graça, minha mulher, venha? Ela chega no sábado e assiste ao jogo comigo no domingo.” Ele autorizou. Ainda pedi: “O senhor tem de me arrumar dois ingressos!”. Ele me deu dois que valiam para a tribuna, lá em cima no estádio. Eu os botei no bolso e falei para a Graça: “Viaja sexta à noite, chega no sábado para a gente assistir à final com o Brasil em campo”.
Depois da eliminação do Brasil, liguei correndo para ela e falei: “Não vem mais. Sem a Seleção na disputa, tenho chance de apitar outro jogo. Não sei qual”. Não passava por minha cabeça que pudesse ser a final. Poderia ser uma semifinal. Voltei a treinar, veio a semifinal, e nada. Não fui escalado. Quando chegou a quinta-feira, ainda era possível ser juiz para a disputa de 3º e 4º lugares. Era o que eu esperava. Na quinta-feira de manhã, às 10 horas, me comunicaram sobre a escala. Ligaram e disseram: “Parabéns, você vai ser o juiz da final”.
Liguei em seguida para casa, para os amigos. Liguei para o Sérgio Noronha, jornalista que estava lá como comentarista da TV Globo, e quem atendeu foi o Galvão Bueno. Eu, achando que era o Sérgio, comecei a falar: “Ô, Sérgio, que maravilha! Vou apitar a final! Vou apitar a final!”. Eu tinha mais intimidade com o Sérgio do que com o Galvão naquela época. O Sérgio era meu colega de praia. O Galvão conta e se diverte até hoje com essa história.
No sábado, o senhor Abílio de Almeida, responsável pela arbitragem na Fifa, que deu força para eu ser escalado, foi até o hotel onde eu estava e disse: “Esta é sua oportunidade. Você não queria apitar?”. Eu sonhava, mas nunca pensei que fosse acontecer de maneira tão prematura. Ao chegar ao estádio, lembro que eu estava com um inspetor do México e os bandeiras. Saltei do carro, e o Carlos Nascimento, que era da Globo e hoje está em outra emissora, veio me entrevistar. Os seguranças não deixaram. Eu me meti no meio e pedi calma. Eu falava assim: “Tranquilo, tranquilo, tranquilo!”. Isso vi numa gravação recentemente, porque não me lembrava mais. Dei a entrevista para o Nascimento dizendo que estava calmo. Tinha sido incentivado por vários telegramas que recebi. Um deles do Armando Marques, também árbitro, que era meu ídolo, meu mito. O telegrama dele eu coloquei na parede. “Arnaldo, apite por todos nós.” Sabe o que é isso? Apitar por todos os árbitros brasileiros? Fui para a final meio anestesiado.

Durante passeio a Lisboa, Coelho com a mulher, Graça, e a filha Mariana (Foto: ROBERTO MOREYRA/AGÊNCIA O GLOBO)
Cheguei ao estádio e fui percorrer o campo. Veio um fotógrafo que eu não conhecia. Era brasileiro. Ele me deu um envelope. Fui abrir só no vestiário com um medo tremendo. Eu me lembrava de uma carta que recebi na Bahia, com uma caveira e dizendo que eu morreria caso o time de lá perdesse o jogo. Mas agora era a carta de um brasileiro. E a carta estava assinada por todos os jornalistas brasileiros que estavam na sala de imprensa. O Sandro Moreyra escreveu. Eu sabia, porque era a letra dele. Ele dizia que todos estavam torcendo por mim, que eu era o brasileiro na final. Isso me emocionou, não é? Entrei no campo sob tensão.
Naquela final entre Itália e Alemanha, marquei um pênalti ainda no primeiro tempo. Eu não estava bem colocado no campo, porque foi um passe muito longo. Estava no meio do caminho, correndo. Quem cobrou por parte da Itália foi o Cabrini. Ele bateu à direita do gol. Não é que eu tenha torcido para que ele errasse o pênalti, mas fiquei aliviado quando a bola foi para fora. O juiz, quando dá um pênalti, por mais claro que seja, sempre vai sofrer com alguém que diz que não foi. Ele chutou para fora, e fiquei aliviado. Já imaginou se acaba o jogo com 1 a 0 num gol de pênalti? Vão questionar. Mesmo que na Europa se questione menos do que no Brasil.
O resto do jogo foi aquilo que todo mundo viu. Nos dez minutos finais, eu estava morto. O cansaço mental passou para o físico. Minha preocupação era levantar a bola logo para acabar o jogo. Tenho de registrar um fato importante. Eu tinha recomendado aos bandeirinhas, um deles o israelense Abraham Klein, para que não pegassem a bola quando ela saísse pela linha lateral. Isso era trabalho dos gandulas. E o Klein ficava pegando toda hora! Tinha regulamento da Copa do Mundo que dizia que, se a final acabasse em empate, haveria um novo jogo na terça-feira seguinte. O Klein fazia isso porque, se a Alemanha empatasse com a Itália, ele estava escalado de antemão para o jogo de terça-feira. Eu não seria mais o juiz da final da Copa se isso acontecesse! Em uma das vezes em que ele buscou a bola para os alemães, abri os braços como quem diz: “Pô, não falei que não era para pegar a bola?”. O Klein é um grande amigo até hoje.
O jogo acabou com 3 a 1 para a Itália. O que eu fiz? Esvaziei a bola e botei em minha mala. A Fifa vai ao vestiário pegar a bola do jogo, mas eu tinha experiência para saber o que fazer. Numa partida em 1978, fiz a mesma coisa com um amigo que era árbitro: esvaziei a bola, dei para ele e entreguei para a Fifa uma bola reserva. Vinte e cinco anos depois, fui apitar um jogo comemorativo daquelas seleções em Stuttgart, na Alemanha. O organizador pegou meu número com o Júnior, ex-lateral do Flamengo e da Seleção. Em um jantar numa fábrica da Mercedes, pedi que os jogadores alemães e italianos daquela final assinassem a bola. Peguei os autógrafos de quase todos, menos de um que já tinha morrido. Inclusive do Uli Stielike, que me deu trabalho durante o jogo. As outras lembranças não sei mais onde estão. O uniforme, meu filho usava em festas à fantasia. Nem sei mais onde está. O apito, dei de presente a um amigo jornalista, Carlos Leonan, e ele não me deixa pegar de volta. Mas a bola, e as lembranças, guardo comigo até hoje.
ÉPOCA GLOBO.COM

MARIA ESTHER BUENO, LENDA DO TÊNIS, MORRE EM SÃO PAULO AOS 78 ANOS

MARIA ESTHER BUENO, LENDA DO TÊNIS, MORRE EM SÃO PAULO AOS 78 ANOS


Brasileira que foi a número um do esporte por quatro temporadas, Maria Esther Bueno, a “bailarina do tênis”, morreu vítima de câncer.
Uma das maiores esportistas de todos os tempos, a ex-tenista brasileira Maria Esther Bueno faleceu na noite desta sexta-feira (8), em São Paulo, aos 78 anos. Ela se tratava de um câncer na boca no hospital Nove de Julho, mas não resistiu à agressividade da doença.
Leia também: O drama de Genie Bouchard, a bela do tênis que vem perdendo patrocinadores
Afamada por seu estilo elegante e preciso de jogo, a “ bailarina do tênis ”, como era conhecida, Esther ocupou o topo do ranking mundial do esporte por quatro temporadas: 1959, 1960, 1964 e 1966. Esther conquistou 19 títulos de Grand Slam, como são conhecidos os principais torneios de tênis do mundo.
Somente no mítico gramado de Wimbledon, no Reino Unido, foram sete troféus, o que lhe rendeu o apelido de “rainha de Wimbledon”. Ela também venceu o torneio do Aberto da Austrália, Roland Garros, em quadra de saibro, e o US Open, em piso duro.
Após conquistar Wimbledon pela primeira vez, Esther se tornou um ícone nacional. Sua chegada ao país causou frisson no aeroporto em que desembarcou no Rio de Janeiro, e ela seguiu embalada por fãs até o Palácio das Laranjeiras, onde honrou Juscelino Kubitschek com uma visita. Lá, foi laureada com a medalha do Mérito Desportivo da presidência da República.
Esther também conquistou parágrafos no Guiness Book. Nenhum tenista jamais venceu tão rapidamente uma final de Grand Slam: em 1964, na partida decisiva do US Open, ela despachou sua adversária, a estadunidense Carole Caldwell Graebner, em apenas 19 minutos.
Considerada uma tenista completa, adaptada a qualquer tipo de quadra, Maria Esther ascendeu em 1978 ao Hall da Fama do Tênis, merecendo uma estátua de cera em tamanho real no famoso museu britânico Madame Tussaud. Em uma votação em que opinaram jornalistas e esportistas, a brasileira foi apontada como a maior tenista latino-americana do século XX.
Paulistana, Esther iniciou sua carreira bastante jovem, aos 11 anos, jogando pelo Clube Tietê. O sonho de seu pai era que ela fosse bailarina, o que ela de fato se tornou, mas por vias que ele não poderia prever.
Antes da doença, Maria Esther Bueno trabalhava na TV Globo como comentarista do esporte que a cobriu de glórias.


IG.COM

MARIA ESTER BUENO: MORREU A BRASILEIRA CONSIDERADA A 'BAILARINA' DO TÊNIS!

MARIA ESTHER BUENO, LENDA DO TÊNIS, MORRE EM SÃO PAULO AOS 78 ANOS


Brasileira que foi a número um do esporte por quatro temporadas, Maria Esther Bueno, a “bailarina do tênis”, morreu vítima de câncer.
Uma das maiores esportistas de todos os tempos, a ex-tenista brasileira Maria Esther Bueno faleceu na noite desta sexta-feira (8), em São Paulo, aos 78 anos. Ela se tratava de um câncer na boca no hospital Nove de Julho, mas não resistiu à agressividade da doença.
Leia também: O drama de Genie Bouchard, a bela do tênis que vem perdendo patrocinadores
Afamada por seu estilo elegante e preciso de jogo, a “ bailarina do tênis ”, como era conhecida, Esther ocupou o topo do ranking mundial do esporte por quatro temporadas: 1959, 1960, 1964 e 1966. Esther conquistou 19 títulos de Grand Slam, como são conhecidos os principais torneios de tênis do mundo.
Somente no mítico gramado de Wimbledon, no Reino Unido, foram sete troféus, o que lhe rendeu o apelido de “rainha de Wimbledon”. Ela também venceu o torneio do Aberto da Austrália, Roland Garros, em quadra de saibro, e o US Open, em piso duro.
Após conquistar Wimbledon pela primeira vez, Esther se tornou um ícone nacional. Sua chegada ao país causou frisson no aeroporto em que desembarcou no Rio de Janeiro, e ela seguiu embalada por fãs até o Palácio das Laranjeiras, onde honrou Juscelino Kubitschek com uma visita. Lá, foi laureada com a medalha do Mérito Desportivo da presidência da República.
Esther também conquistou parágrafos no Guiness Book. Nenhum tenista jamais venceu tão rapidamente uma final de Grand Slam: em 1964, na partida decisiva do US Open, ela despachou sua adversária, a estadunidense Carole Caldwell Graebner, em apenas 19 minutos.
Considerada uma tenista completa, adaptada a qualquer tipo de quadra, Maria Esther ascendeu em 1978 ao Hall da Fama do Tênis, merecendo uma estátua de cera em tamanho real no famoso museu britânico Madame Tussaud. Em uma votação em que opinaram jornalistas e esportistas, a brasileira foi apontada como a maior tenista latino-americana do século XX.
Paulistana, Esther iniciou sua carreira bastante jovem, aos 11 anos, jogando pelo Clube Tietê. O sonho de seu pai era que ela fosse bailarina, o que ela de fato se tornou, mas por vias que ele não poderia prever.
Antes da doença, Maria Esther Bueno trabalhava na TV Globo como comentarista do esporte que a cobriu de glórias.


IG.COM

COPA DO MUNDO 2018: TREINADOR ARGENTIO LA VOLPE ELOGIA INTELIGENCIA DE TITE

"TITE PENSOU NUM ESQUEMA COM JOGADORES PERFEITOS PARA CADA FUNÇÃO" RICARDO LA VOLPE, TÉCNICO ARGENTINO CONSIDERADO “REVOLUCIONÁRIO”.

Ricardo La Volpe, revolucionário treinador argentino. Ele dirigiu o México na Copa de 2006 (Foto: Getty Images) Em entrevista a ÉPOCA, o revolucionário técnico argentino colocou o Brasil, junto de Alemanha e Espanha, como favorito para ganhar a Copa do Mundo de 2018 na Rússia.
O México não fez exatamente uma campanha brilhante na fase de grupos da Copa do Mundo de 2006, mas chegou às oitavas de final com o desafio de enfrentar a Argentina, tida como favorita até então. Quem esperava um massacre viu a seleção mexicana dominar a partida do início ao fim. O zagueiro Rafael Marquez abriu o placar aos seis minutos do primeiro tempo, e o atacante Crespo empatou logo em seguida. O jogo só se desenrolou na prorrogação, quando Maxi Rodriguez empurrou a bola para dentro e determinou a classificação da Argentina. A Copa acabava ali para o México.

Embora tenha sido eliminado antes mesmo de chegar a uma etapa mais avançada, aquele time é lembrado pelo bom futebol e pelas ideias consideradas revolucionárias. Uma delas é o recuo de um volante entre os zagueiros, com o intuito de fazer a saída de bola ser mais fluida. O idealizador daquele time foi o argentino Ricardo La Volpe. Conhecido pelo trabalho frente a equipes argentinas e mexicanas, La Volpe é considerado um grande teórico do futebol. Em entrevistas recentes, defendeu a exclusão de um jogador de linha, com o argumento de que isso tornaria o jogo mais atrativo e aberto. La Volpe falou de suas ideias em entrevista exclusiva a ÉPOCA. Explicou como nasceu a ideia de recuar um volante entre os zagueiros, estratégia que foi batizada com seu nome: saída lavolpiana. Fez críticas aos trabalhos de Juan Carlos Osorio e Jorge Sampaoli, atuais técnicos respectivamente do México e da Argentina. “Sampaoli teve pouco tempo para trabalhar, mas acredito que não se deve pensar num sistema de jogo antes de pensar nos jogadores”. O técnico também ponderou sobre suas lembranças do Brasil e elogiou o trabalho de Tite na seleção brasileira.


Ricardo La Volpe. O técnico argentino criou a saída de bola sustentada por dois zagueiros e um volante (Foto: Getty Images)
Ricardo La Volpe. O técnico argentino criou a saída de bola sustentada por dois zagueiros e um volante (Foto: Getty Images)
ÉPOCA – Você é conhecido pela expressão séria, sempre com o rosto fechado e bravo com jogadores. Essa característica lhe rendeu o apelido de “louco” ao longo dos anos. Você se considera um técnico fora do comum?
La Volpe – Sou um técnico que trabalha muito no campo e exige muita disciplina dos jogadores. Para isso, é preciso ter uma expressão mais séria. Os jornalistas no campo também me obrigam a ser mais sério, mas os jogadores sabem que esse é o momento do trabalho. Depois do treino, sempre converso e participo das resenhas. Considero-me um técnico normal.


ÉPOCA – O que vem em sua mente quando você pensa no futebol brasileiro?
La Volpe – O futebol brasileiro me dá prazer pela técnica dos jogadores e pela forma com a qual se joga. Com confiança e irreverência, sem medo. O Santos de Pelé jogava assim. O Palmeiras de Luiz Felipe Scolari também, com muita garra. São as duas equipes que mais lembro quando penso em Brasil.
ÉPOCA – Você é argentino. Assim como no Brasil, a Argentina vive um dualismo entre os estilos de Menotti e Bilardo. Qual você prefere?
La Volpe – Simples: Menotti.

ÉPOCA – Você era um jogador nos anos 1970 e um técnico na década de 2010. Passaram-se 40 anos. Na sua opinião, quais foram as evoluções táticas durante esse período?
La Volpe – A maior mudança no futebol se deve ao aspecto físico. O jogo ficou mais dinâmico e veloz. Se olharmos para os sistemas de jogo, são praticamente os mesmos desde a década de 1980: 4-3-3, 4-4-2, 4-2-3-1, com pequenas mudanças e alterações de acordo com características e áreas de atuação de cada jogador. Foi na década de 1980 que surgiu também o sistema com três zagueiros, que hoje se torna um 5-3-2 ou um 5-2-3, de acordo com ocasiões. São todos bons sistemas e todos podem dar certo, se bem trabalhados.
ÉPOCA – Em todos os clubes, você tenta implantar um estilo de posse de bola. Uma crítica constante a esse estilo é de que é preciso contratar jogadores caros e com muita qualidade para o estilo se tornar efetivo. Você acredita nisso?
La Volpe – Em primeiro lugar, todo jogador tem técnica. Todo jogador tem uma qualidade escondida, que ainda não foi explorada. O que é preciso dar para esse jogador é o entendimento dos movimentos corretos para ele conseguir jogar. E também ter uma estratégia clara para facilitar o estilo de ter a posse de bola. Penso que o passe, o chute, as ações dentro do jogo não são separadas. A qualidade do jogador não está desassociada do coletivo. Por isso uma estratégia para ter uma boa saída de bola facilita muito o jogo para quem está em campo.
ÉPOCA – Uma de suas teorias mais famosas ganhou seu nome: a saída lavolpiana. Guardiola chegou a dizer que foi influenciado por essa estratégia, muito usada no México na Copa de 2006. Como surgiu essa idéia?
La Volpe – Minha ideia era tornar o jogo dos zagueiros mais seguro. A maioria dos times começa a marcação com dois atacantes. Dessa forma, o zagueiro precisa driblar um atacante, e normalmente eles são mais lentos e podem perder a bola com mais facilidade. Se o volante recua e encosta no zagueiro, ele tem com quem jogar. Fica uma situação de dois contra um, algo que dá mais confiança aos jogadores.

ÉPOCA – A teoria do “jogo de posição” nasceu no Barcelona e prega um bom posicionamento dos jogadores no ataque. Como você enxerga esse conceito?
O México em 2006 tinha algumas características do chamado “jogo de posição”?
La Volpe – Para mim, o jogo de posição é, como o nome diz, uma ideia que busca sempre estar bem posicionado. O principal fundamento é ter o controle da partida. Estar sempre nos lugares certos para receber a bola perto do gol. Outro fundamento é a posse de bola. Manter a bola com seu time não dá apenas a condição de atacar muito. Você se defende com a posse de bola porque tira ela do seu adversário.
ÉPOCA – A equipe argentina vem passando por várias mudanças técnicas nos últimos anos. Sampaoli sempre foi um nome de renome, mas teve pouco tempo e foi criticado por suas escolhas. Como você avalia o trabalho de Sampaoli aqui?
La Volpe – Sampaoli teve pouco tempo para trabalhar, mas acredito que não se deve pensar num sistema de jogo antes de pensar nos jogadores. A Argentina tem grandes jogadores em clubes de ponta, mas a seleção joga de uma forma complicada e diferente do que eles fazem em seus clubes. É uma questão de não complicar muito. Se não há tempo, basta fazer o simples. Como muitos argentinos estão em times que jogam no sistema 4-2-3-1 ou 4-4-2, Sampaoli deveria copiar esse sistema e pensar em Messi, que sempre jogou como um meia-atacante.
ÉPOCA – Juan Carlos Osorio é o técnico do México na Copa do Mundo, mas o senhor criticou seu trabalho pelas diversas mudanças na escalação do time. Qual sua opinião sobre o trabalho do técnico até aqui?
La Volpe – Acredito que Osorio faz um bom trabalho, mas muitas vezes escala jogadores em funções que não jogam. Isso demanda um trabalho de longo prazo, um tempo que a seleção não tem. Mesmo assim, acredito que o México fará uma boa campanha, mesmo num grupo difícil.
ÉPOCA – O Brasil é apontado como favorito para a Copa do Mundo. Qual sua opinião sobre o trabalho de Tite no comando da seleção brasileira?
La Volpe – Tite mudou a mentalidade dos jogadores, e isso foi o mais importante. A seleção brasileira ficou mais competitiva. Sabíamos que o Brasil tem jogadores técnicos e de grande qualidade, mas faltava essa mentalidade. Outro grande mérito de Tite foi ter pensado num sistema com jogadores perfeitos para cada função. O Brasil joga num 4-1-4-1 onde todos sabem o que fazer. Outro bom motivo para acreditar no Brasil é o equilíbrio defensivo. Sofrer poucos gols é fundamental para uma campanha vencedora na Copa do Mundo.
ÉPOCA – Quais são seus favoritos para a Copa do Mundo?
La Volpe – Acredito que três equipes estão um passo acima: Espanha, Alemanha e Brasil. E acredito que o futebol brasileiro é o favorito para esta Copa do Mundo.